Estive a ler aquela passagem do Evangelho de S. Mateus em que Jesus fala às multidões , convidando-as a segui-lo. Jesus mostra-se compadecido por eles estarem oprimidos pelo fardo da Lei, pelo jugo dos mil preceitos e obrigações que ela lhes impõe. E convida-os: "Vinde a mim... o meu jugo é suave e o meu fardo leve" Mt. 11,30
É um convite que Jesus lhes faz, o mesmo que nos faz a nós que estamos cabisbaixos com o peso dos nossos problemas, curvados pelas desilusões, as tentações , as neurastenias... "Vinde a Mim"...
O Seu jugo é suave e leve o fardo que nos impõe porque a sua Lei é a Lei da Misericórdia, do Perdão, do Amor.
Porque será que nem sempre a entendemos até ao fim, para a viver com entusiasmo, de coração aberto? Para a fazermos orientação para a nossa vida,apesar de tudo e apenas porque Sim...
De repente, não sei porquê, recordei a Profecia de Miqueias, dirigida a um povo ingrato, pecador, que se afastou dum Deus que tudo fez por ele:
"Povo meu, que te fiz?
Em que te contristei? (miq.6,3)
Já tinha ouvido estas frases em forma de pergunta e de lamento, mas nunca me tinham impressionado como hoje. É Deus a dirigir-se a nós , invertendo os papéis, como se fôssemos nós os ofendidos... Perguntando-nos a causa das nossas dúvidas, das nossas inquietações, do nosso afastamento.
Que queremos que Deus nos faça mais, Ele que está sempre presente e pronto a acolher-nos?
É um pedido a que se junta uma promessa "Achareis alívio para as vossas almas"
É nesta mansidão, nesta humildade, nesta entrega a Deus, nesta oferta sem cálculos nem restrições, nesta resposta simples à pergunta do Senhor, que encontramos consolo para as nossas dores, alívio para os nossos corações.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,o.p.
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