sábado, 18 de janeiro de 2014

Panteão Nacional


Nestes últimos dias parecia ser o assunto mais importante: o Panteão e quem para lá ia ou não ia. Em boa verdade, quando foi decidido que seria ali o Panteão Nacional, destinava-se, como disse Camões "àqueles que por feitos valoroso se vão da lei da morte libertando". Simplesmente a definição dos" feitos  valorosos" é que  parece que não é fácil...
Mas também não é simples a história deste edifício.
Foi em meados do sec XVI que D. Maria I, a filha de D. Manuel, mandou que se iniciasse a construção da Igreja - Igreja de Santa Engrácia - para sede da freguesia em que estaria instalada e que ainda hoje assim se chama - freguesia de S. Vicente de fora. Simplesmente, nunca chegou a ser aberta ao culto. Primeiro, porque foi destruída e a sua reconstrução levou 284 anos; depois, porque lhe deram múltiplas aplicações que não o culto religioso.
Só depois da Implantação da República, mais precisamente em 1916, foi decretado que se transformasse o espaço em Panteão Nacional e para lá fossem transladados os tais cujos " feitos valorosos..."
Mas, até agora, apenas dez pessoas foram consideradas dentro desses padrões. Há quatro Presidentes da República, quatro escritores, um defensor dos direitos democráticos e uma fadista .
E, em abono da verdade, talvez como consequência de ignorância histórica, o túmulo mais visitado é, sem sombra de dúvidas, o da Amália Rodrigues, deixando para ver de corrida os outros cujos nomes dizem muito pouco aos visitantes: Aquilino Ribeiro ou Teófilo de Braga; Guerra Junqueiro ou Manuel de Arriaga...
São nomes do mundo da política ou das letras mas de que os Portugueses e o mundo não ouviram falar ou de que fazem apenas uma ideia vaga.
Mas agora o Panteão é assunto do momento e discutem-se os seus futuros habitantes.
                          Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.



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