Um dos ex-libris aqui do Colégio eram as viagens. Maiores ou mais pequenas, de autocarro ou de avião, das finalistas ou dos outros anos, eram sempre momentos de cultura, partilha e convívio.
Até começámos por ter um simulacro de agência de viagens, a Ramalhão - Tours e tratávamos das marcações directamente. Foi com a viagem de que me lembrei hoje ao ouvir o rádio que terminou, como tinha começado, esta nossa "agência de viagens". E já vão perceber porquê...
Era uma viagem com um circuito por Portugal interior. A 1ª noite correu bem. Ficámos num Hotel em Coimbra. Depois, rumámos ao Porto e por lá estivemos todo o dia visitando a cidade. À noite, devíamos jantar e ficar no Sameiro, numa casa de Retiros, dirigida por Irmãs brasileiras. E aqui, começaram os problemas.
Primeiro, contavam com sessenta alunas, e tinham jantar para elas e nós éramos só trinta... Depois, havia um retiro de casais e outro de sacerdotes. Logo, queriam silêncio. E como conseguir isso com jovens finalistas , que se estão a despedir para ir para a faculdade e são cheias de vida e de alegria?
Bem nos colocaram entre os casais e os sacerdotes mas foi uma tentativa inglória, porque nos juntámos todos num quarto a celebrar e o chius ainda aumentavam o barulho. Enfim! chegou a manhã, tão depressa quanto possível. Pedimos desculpa aos "retirados, que compreenderam, compensámos as Irmãs pelas despesas feitas e seguimos viagem, "cantando e rindo" na verdadeira acepção do termo. Ainda não havia cintos nem obrigatoriedade de "tudo sentado" e o sr. Antero, o nosso motorista, alinhava com tudo. Até era a ele que cabia fazer os ovos com chouriço para os almoços volantes...
Depois de várias paragens e "aventuras" um belíssimo almoço em Mogadouro, a posta mirandesa, no restaurante do sr. Eliseu ( que não era o nosso fotógrafo de estimação...)
A dormida seria em Viseu, num Colégio também de Irmãs. Isto tudo , claro! em função da redução de custos. Não se falava ainda em "crise" mas éramos poupadinhas... Tínhamos feito telefonemas para lá, recebido chamadas para cá, uma carta bem explicativa. Parecia tudo acertado. Só que a Irmã responsável tinha ido de retiro e se esquecera de deixar instruções. Logo, nem jantar nem quartos. Mas, desde que haja boa vontade tudo se consegue. Então... mãos à obra e, num instante transportaram-se camas, empilharam-se colchões, improvisou-se um jantar. E ali, não havia imposição de silêncio nem horas de recolher. Foi uma festa!
Espero que algumas das minhas leitoras recordem esta viagem, inesquecível nos seus pormenores.
E gostaria também que, sempre que forem de viagem, aproveitem para enriquecer os seus conhecimentos, apreciar as maravilhas da Natureza e agradecer a Deus todos os bens que nos proporciona.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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