Se lermos o Evangelho de S. Lucas, no capítulo 10, em que se diz que Jesus envia os seus discípulos "como ovelhas no meio de lobos" deparamos com uma recomendação que nos pode fazer pensar: "Ide... não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias, nem dinheiro..."
Esta recomendação também nos é dirigida.
É um convite ao despojamento e à confiança, um pedido de partilha nestes tempos difíceis, um apelo à Fé no Amor de Deus que não abandona aqueles que confiam n´Ele.
Estamos no Advento, fazendo a caminhada que nos há-de conduzir até ao presépio. Devemos parar para reflectir. O que espera Deus de nós? O que nos envia a fazer? Como nos envia?
Não vale a pena pensar em situações complexas, em planos sofisticados que não chegaríamos a cumprir... Não adianta propormo-nos atitudes de desprendimento e de pobreza que não cabem na nossa capacidade de ser generosos.
Sonhar com o deserto e uma tenda, uma vida de ausência de tudo e o viver baseado na confiança...que maravilha! mas é apenas sonho para a maioria de nós. Quem dera tivéssemos essa capacidade!
É que levar o Evangelho "à letra" ... partir sem farnel, sem bagagem, sem dinheiro, é uma dimensão que não é pedida a todos. Mas o que nos é pedido, isso sim, é que neste Advento abdiquemos do supérfluo, renunciemos mesmo a um pouco do necessário, olhemos com Amor para os que nos rodeiam e partilhemos o que temos com os que não têm.
Vamos, " sem alforge e sem farnel" porque não estamos angustiados com o que será o "amanhã". Há demasiada ansiedade e preocupação e dor e mal-estar no mundo.
É preciso espalhar a alegria ao nosso redor; é necessário pôr Fé e confiança nas nossas vidas e nas dos outros.
É necessário ensinar que na oração encontramos força para enfrentar as dificuldades e ultrapassar os males. É ela que alimenta a nossa Esperança e a nossa Alegria.
Diante do presépio, esperando a chegada do Menino, tenhamos uma atitude de Confiança e de Amor e vamos... ao encontro dos outros, partilhar estes dons que recebemos de Jesus.
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