É meia noite! uma noite calma, tranquila, dum fim de dia em que estou feliz, sossegada, disponível para pensar.
Lá fora, nem o mais leve ruído...
Lembro-me dos versos de Augusto Gil : "... nem uma agulha bolia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho..."
Da minha janela, não vejo pinheiros e o "caminho" é a estrada do Estoril... Mas não importa a falta de semelhança. A associação vem desta quietude e deste silêncio que me rodeia.
É um silêncio exterior que nos envolve e cria um clima de tranquilidade e reflexão. E convida-nos a pensar... a pensar noutros silêncios que não são antónimo de palavras mas antes opções livres e tomadas pessoais de posição.
É o silêncio perante uma justificação que não damos, uma explicação que não tentamos, uma desculpa que não apresentamos.
A Verdade é sempre maior que a justificação, a explicação ou a desculpa.A Verdade não precisa de palavras para se apresentar porque ela, simplesmente, é.
Mas, há outra forma de silêncio que gera paz, que traz tranquilidade e equilibra o ambiente. È quando calamos perante a injustiça; quando não geramos discussão; quando acolhemos e ouvimos os amigos ( e os menos amigos ), mesmo à custa do nosso tempo e dum esforço imenso de caridade.
Uma e outra forma de silêncio são motoras e fruto dum outro silêncio, o silêncio interior,que é paz, tranquilidade, alegria, amor; que é relação com Deus e presença de Cristo nas nossas vidas; que é Esperança, Fé e Caridade, dons que recebemos no Baptismo.
Este silêncio , que nos deve encher e estar sempre presente, é o reflexo que nos vem de Maria e Jesus.
Uma e Outro, falaram quando era preciso ensinar, dar o exemplo, testenunhar. E falaram, mais com a acção do que com a palavra.
Maria quis calar-se diante de José, da família, da sociedade da época; Jesus não respondeu a Pilatos nem aos que O insultavam.
Saibamos nós também usar a palavra para testemunhar o Bem e fazer silêncio quando ele pode falar por nós.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro
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