Estamos a viver numa sociedade em que os pais substituem facilmente a sua presença junto dos filhos pelos presentes solicitados por eles constantemente e por licenças às vezes sem critério.
No desejo de tudo ter para dar aos filhos, trabalham demasiado, estão ausentes demasiado tempo, não conseguem acompanhar as crianças e os jovens no seu desenvolvimento e nos seus anseios, nas suas experiências e inquietaçôes.Para os compensarem, desdobram-se em condescendências e omitem a palavra Não do seu vocabulário. Mas, se os filhos pudessem dar-lhes o seu parecer, seriam os primeiros a dizer que estão enganados; que é aos pais que compete ajudar os mais novos a distinguir o Bem do Mal e que é o testemunho dos Pais que vai levar os Filhos a distinguir a Verdade do que o não é.
As próprias crianças têm consciência que muitas das suas exigências são simples tentativas de verem até onde podem ir no suborno da família. Os adolescentes sabem bem que as suas atitudes chocantes ou de revolta são simples chamadas de atenção para que os adultos se apercebam, sem palavras, que eles estão ali e precisam de ajuda.
Se pudessem dar a sua opinião, crianças e adolescentes, aconselhariam os pais a não serem tão flexíveis e transigentes; pedir-lhes-iam para não dizerem sempre Sim às suas solicitações , a não concordarem facilmente com as suas exigências e teimosias.
Solicitariam a atenção dos pais para as suas dificuldades e ignorâncias mas ao mesmo tempo diriam que não gostavam de ser demasiado controlados para poderem fazer as suas experiências e aprender com os seus erros.
Aconselhariam os pais a castigá-los sempre que erram mas a fazê-lo com carinho e explicando a razão das suas atitudes.
Mostrariam aos pais que estavam a crescer e gostariam de ser tratados como adolescentes e jovens que têm uma personalidade em formação e um carácter a desenvolver. Pediriam ainda, finalmente, que, acontecesse o que acontecesse, os pais não desistissem nunca de ajudar à sua educação e de acreditarem que, no amanhã, haverá frutos do esforço feito hoje. (Conf. Cruzada- Out. 2011)
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro
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