Logo no 1º Mistério temos um Deus feito Homem que, como homem, se retrai ao enfrentar a perspetiva do sofrimento: "Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice", mas ao mesmo tempo, num dom imenso de Amor, de generosidade, de obediência, exclama: "Que se faça a Tua vontade e não a minha".
E a Vontade do Pai é um somatório desmesurado de angústia,humilhação e sofrimento.
E porquê? E para quê? A humanidade não podia ser salva sem que o Filho de Deus tivesse de passar por tudo isso?
Mas era este o plano de Deus, porque ele queria dar-nos o exemplo de doação e Amor; queria dizer-nos, positivamento, que nada do que nos possa acontecer se assemelha à dádiva que o Senhor nos fez e sofreu por nós; queria convidar-nos a, como Jesus, dizermos o nosso Sim, mesmo quando custa ou exatamente porque custa.
Continuando na meditação dos Mistérios chegamos ao 4º e temos uma surpresa : é o Cireneu que chega para ajudar a levar a cruz... é a Verónica, que num gesto de carinho e compaixão, enxuga o rosto de Jesus.
Paremos para pensar em nós. Não será que também na nossa vida houve Cireneus que nos quizeram ajudar e Verónicas que desejaram exprimir a sua amizade e compreensão? Não é verdade que o nosso orgulho nos fechou, muitas vezes, sobre nós mesmos, não querendo o apoio nem a amizade de ninguém? Não será certo que muitas vezes preferimos ficar encerrados em nós, na nossa dor, a aceitar a ajuda e o apoio dos amigos?
Mais uma vez, ao meditar nestes mistérios, tenho que tentar compreender as lições de humildade, de oferta, de Amor, a que eles me convidam e procurar segui-las.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro
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