segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Liberdade

Manhã a caminho da praia.
No ar, ainda uma ténue neblina que não deixava o sol mostrar-se sorridente. O mar, ao longe, ainda um pouco encoberto pela névoa e a areia ligeiramente húmida.
Mas ao chegar ao areal, um surpresa. Um bando enorme de gaivotas estendendo-se pela praia.Não sei se estavam a descansar se a fazer a digestão do pequeno almoço...
De onde em onde duas levantavam voo, davam um volta e desciam, em voo planado, para se juntarem ao grupo. Mas às vezes uma partia sòzinha, voava mais alta e parecia não voltar.
Não podia deixar de recordar a história de Fernão Capelo Gaivota, da sua ânsia de novos rumos, novas descobertas, grandes novidades.
Ao mesmo tempo, pensei em nós, homens. Pertencemos a uma sociedade, temos uma família, constituímos um grupo,formamos  uma comunidade...
Isto pressupõe entrar num esquema, estabelecer uma linha coerente, identificar-se com ideias e orientações. Foi uma escolha, uma opção.Mas depois, quantas vezes, a ânsia de conhecer novos rumos,de seguir novas estradas, de experimentar novos caminhos!... E o desejo de partir à descoberta
É a ânsia de liberdade, de pensar pela nossa cabeça, de não seguir ninguém. Mas afinal, em qualquer circunstância somos livres porque, se baptizados, "já não somos nós que vivemos mas Cristo que vive em nós" . E Cristo é a Liberdade por excelência.
Fico olhando o mar e as gaivotas que, em bando, partiram para novas paragens.
Afinal, optaram por manter o grupo, lutar por ele, testemunhar valores.
Será que temos uma lição a aprender das gaivotas?
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

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