Estou de férias na praia. Na praia ... se considerarmos como tal a povoação marítima ... porque propriamente aquilo a que chamamos praia ( o mar, a areia, os toldos) isso!... ainda só vi de longe, do pontão. O tempo não tem ajudado. De manhã, tudo nublado, sem sol, com ar de chuva próxima. De tarde, o sol saiu de entre as nuvens mas o vento não deixa nada nem ninguém sossegado.
Mas da nossa varanda podemos apreciar o azul das águas não muito revoltas, apesar de tudo.
E somos capazes de imaginar viagens através do mar, recapitular aqueles cruzeiros, no Mediterrâneo, na Noruega, no Egipto... E lembrar os Lusíadas e recordar o Canto I : " As armas e os barões assinalados / que da ocidental praia Lusitana / se foram..."
E olhando o mar, relembrar os "feitos valorosos " que nos fizeram senhores do mar e donos de impérios...
E lá volta novamente a lembrança da "Queda do Império" do Vitorino e das mil realidades que ela nos evoca.
Olho o mar e deixo-me ficar sonhando com os mil perigos enfrentados e vencidos,as muitas conquistas conseguidas, as imensas dores sofridas. Lembro o "velho do Restelo" e os seus sempre tristes presságios; evoco Camões e a magnificência com que canta os feitos dos Portugueses.
Continuo a olhar o mar e penso na descrição da criação do mundo e do Homem, na presença do Deus criador e no testemunho que o "criado" devia dar como criatura e filho de Deus.
Apetece-me ajoelhar e dar graças por este mar que nos foi oferecido e pela Vida que recebemos para a fazermos grande e digna do Pai que nos criou.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
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