quarta-feira, 31 de julho de 2013

E a História continua...


Pensando à distância, continuo a recordar acontecimentos e histórias doutro tempo. Não há como estar fora de casa para as memórias se tornarem mais vivas e mais presentes, para as saudades e as interrogações se avolumarem no espírito.
Cheguei ao Ramalhão apenas 15 anos depois da sua fundação e vivo lá há 56 anos. Como não ter muita coisa para recordar e partilhar, com outros que viveram comigo ou que já são só recordação!... 
Como não lembrar aquelas reuniões do conselho geral, quando a Madre Maria. Inês chegava de Coimbra, com a Madre Sameiro e eu tinha de mudar de quarto para haver espaço livre na zona do conselho?... Como não recordar a Mestra de Aulas ( era assim chamada a Directora do Colégio) - a Madre Sto Agostinho, com quem fui trabalhar quinze dias depois de chegar ao convento?... Como não ter presentes as professoras- as Mestras, como eram tratadas na altura?... Como não saber que o Colégio tinha já tido um professor masculino, professor de matemática - o sr. Costa?... Como esquecer que a minha Mestra de Noviças deixou o Noviciado - a Madre Emanuel - para ir substituir a Madre Sto Agostinho que foi destacada para dirigir o Lar de Enfermeiras recém- aberto no I.P.O.? E que, ao fim de dois anos foi para África e ficou como directora a Ir. Santo Alberto Esparteiro da Cunha Serra, que tinha sido minha colega de Faculdade, quando ainda nenhuma de nós era religiosa?...
Nunca trabalhámos juntas no Colégio, pois entretanto voltei à Faculdade para acabar o curso e, quando regressei, ela tinha ido para o Restelo e eu tinha acabado de ser nomeada para a substituir, no Ramalhão. Corria o ano de 1967!...
Tanto tempo e tantas histórias !...
E muitas ficaram para trás, muitas ficaram esquecidas, muitas estão apenas no coração daqueles que passaram pelo Ramalhão e que lhe chamam "a sua casa", com carinho e gratidão
                                 Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P..

Sem comentários:

Enviar um comentário