Voltei a reler o texto do livro do Génesis que constituiu a 1ª leitura da missa de ontem. É um texto que sempre me fez impressão pela quantidade de dúvidas que suscita e de problemas que apresenta, na situação que descreve.
Primeiro, aquela mãe , que não se importa de enganar o marido e induz o filho mais novo a trair o irmão mais velho. Depois, o rapaz que, talvez seduzido pelo poder, pelos bens, condicionado pela palavra da mãe, sabemos lá porquê!... participa em toda aquele encenação que lhe permite tomar o lugar do irmão mais velho. Por fim, o pai, inocente de toda esta conspiração , incapaz de se aperceber dela, participa sem dar por isso.
E, no meio de todo este golpe de teatro, Deus que, "impávido e sereno" deixa que tudo aconteça. São os Seus desígnios ou os planos dos homens?
Parece estranho, mas não é. É que Deus não intervem na acção dos Homens. Deus convida, ilumina, inspira mas deu-nos a liberdade de escolha, de opção entre fazer o Bem ou seguir o caminho do erro. Em todas as circunstâncias e sempre, o Homem é senhor das suas acções e livre da fazer as suas opções.Foi para isso que Deus lhe deu a liberdade. Deus não impõe, não obriga; apenas mostra, convida, ensina. E fala ao nosso coração e à nossa inteligência. E nós, se pararmos para reflectir, somos capazes de distinguir o certo do errado. E até somos convidados a arrepiar caminho e recomeçar.
Jacob recebeu uma missão e uma bênção que não lhe eram destinadas. Não sabemos como se sentiu depois. Mas nós, somos capazes de perceber as consequências dos erros que cometemos ou do bem que deixámos de fazer. Tenhamos a coragem de voltar atrás e recomeçar.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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