quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fariseus e publicanos ( Luc. 18, 9-14 )

Estava na capela a rezar e veio-me ao pensamento a parábola que nos fala da oração do fariseu e do publicano. Aquela que termina com Jesus a dizer "quem se humilha será exaltado e quem se exalta será humilhado".
Tanto o fariseu como o publicano foram ao Templo para rezar. Ambos, talvez, acreditavam no valor da oração. A sua atitude face a Deus é que os distinguia e, como tal, o seu tipo de oração também era diferente. O fariseu foi agradecer a Deus. Mas, agradecer o quê? Agradecer aquilo que ele considerava que o fazia diferente dos outros homens: o cumprimento da Lei. E, ao mesmo tempo que agradecia, acusava os outros homens de serem ladrões, injustos, prevaricadores... Tudo aquilo que ele considerava não ser !
Apresentava-se com um sentimento de superioridade baseado no cumprimento dos preceitos estabelecidos.
Não sabia que a Lei em si mesma é vazia, pobre. São simplesmenta palavras, princípios, normas. O importante é o amor que pomos no cumprimento da Lei. Jesus não nos legou ordens; Ele deu-nos conselhos, emitiu orientaçõese, sobretudo, mandou-nos amar.
Assim, num gesto de humildade, o publicano, no fundo do Templo, pede perdão e roga a piedade de Deus.
Penso na nossa oração. Como é ela? humilde como a do publicano, suplicando a ajuda do Pai, dando-Lhe conta das nossas fraquezas e fragilidades... ou como o fariseu, agradecendo bens a que julgamos ter direito, bendizendo Deus pelos benefícios que consideramos prémio pelas nossas boas acções?
A oração tem uma importância enorme e é indispensável na nossa vida.Precisamos de mergulhar no silêncio que cultiva a nossa interioridade e aprender a ouvir. Só nós e Deus!
Quando chegamos junto do altar, calemo-nos no esforço de ouvir, no fundo do nosso coração, a palavra de consolação, de apoio, de incentivo, de perdão... A palavra de que necessitamos cada dia.
É o nosso gesto de humildade que será acolhido e recompensado.
Rezar não é dizer palavras, repetir fórmulas. Rezar é, simplesmente despojar-se de tudo e ficar aberto para escutar. Rezar é estar, permanecer, em atitude de libertação, sózinhos com Deus, esquecidos do que nos rodeia ou inquieta. E ficar... livres para ouvir.
                           Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
 
 
 

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