Paul Claudel traz muitas vezes a resposta mesmo às perguntas que não nos atrevemos a fazer. Ontem encontrei esta, perdida no meio de apontamentos vários: "Cristo não veio suprimir o sofrimento, mas enchê-lo coma Sua presença; não veio explicar a cruz mas deitar-se nela " .
Claro que podemos ver esta resposta de dois ângulos diferentes e podemos utilizá-la como uma explicação simplista para a atitude de desânimo e e resignação que tantas vezes é a nossa.
Mas, é uma utilização errada, uma falsa interpretação, sobretudo se pensarmos na atitude amorosa e consoladora de Jesus face aos doentes, qualquer que seja o seu mal. Basta lembrarmo-nos do texto de ontem e
daquela mulher enferma há 18 anos. Ela entra no Templo sem qualquer pensamento reservado, sem fazer qualquer pedido. É Jesus que a vê, que se compadece dela e a cura. Aliás, Ele fez assim com muitos outros doentes: uns que solicitam a sua ajuda; outros que só lhe mostram o seu estado; outros ainda que apenas estão próximo, com os seus males, as suas dores.
É claro que podemos sempre interrogar-nos : Se Jesus é todo compaixão, por que sofremos ? Se Jesus quer a paz na Terra, porque permite a guerra?
Para estes factos a ciência e a filosofia arranjam sempre mil explicações, umas mais interiorizantes do que outras... mas, para o cristão, o sofrimento e a morte fazem parte dum todo que é a Vida. E esta Vida, é a missão que temos que realizar na Terra e que vai encontrar no céu a plenitude .
Aliás, se pensarmos no Amor de Jesus por nós que O levou a entregar a Vida pelos Homens, percorrendo o caminho do sofrimento e da dor, que o conduziu até à cruz, temos um incentivo para não ver a dor apenas pela negativa mas descobrir nela a presença do Amor. E assim, não enveredar pelo desespero nem pela resignação.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
Sem comentários:
Enviar um comentário