quarta-feira, 29 de outubro de 2014

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Qual a razão do sofrimento?

Paul Claudel traz muitas vezes a resposta mesmo às perguntas que não nos atrevemos a fazer. Ontem encontrei esta, perdida no meio de apontamentos vários: "Cristo não veio suprimir o sofrimento, mas enchê-lo coma Sua presença; não veio explicar a cruz mas deitar-se nela " .
Claro que podemos ver esta resposta de dois ângulos diferentes e podemos utilizá-la como uma explicação simplista para a atitude de desânimo e e resignação que tantas vezes é a nossa.
Mas, é uma utilização errada, uma falsa interpretação, sobretudo se pensarmos na atitude amorosa e consoladora de Jesus face aos doentes, qualquer que seja o seu mal. Basta lembrarmo-nos do texto de ontem e 
daquela mulher enferma há 18 anos. Ela entra no Templo sem qualquer pensamento reservado, sem fazer qualquer pedido. É Jesus que a vê, que se compadece dela e a cura. Aliás, Ele fez assim com muitos outros doentes: uns que solicitam a sua ajuda; outros que só lhe mostram o seu estado; outros ainda que apenas estão próximo, com os seus males, as suas dores.
É claro que podemos sempre interrogar-nos : Se Jesus é todo compaixão, por que sofremos ? Se Jesus quer a paz na Terra, porque permite a guerra?
Para estes factos a ciência e a filosofia arranjam sempre mil explicações, umas mais interiorizantes do que outras... mas, para o cristão, o sofrimento e a morte fazem parte dum todo que é a Vida. E esta Vida, é a missão que temos que realizar na Terra e que vai encontrar no céu a plenitude .
Aliás, se pensarmos no Amor de Jesus por nós que O levou a entregar a Vida pelos Homens, percorrendo o caminho do sofrimento e da dor, que o conduziu até à cruz, temos um incentivo para não ver a dor apenas pela negativa mas descobrir nela a presença do Amor. E assim, não enveredar pelo desespero nem pela resignação.
                 Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.                                       

sábado, 25 de outubro de 2014

A vocação a que fomos chamados


Ouvir comentar o capítulo 4 da Epístola de S. Paulo aos Efésios, por uma pessoa com dom de palavra e vida interior, causa uns certos arrepios na espinha.
É que S. Paulo faz uma chamada de atenção aos Efésios que nos diz também respeito a nós: " Exorto-vos... a andardes de modo digno da vocação a que fostes chamados, com humildade, mansidão... suportando-vos uns aos outros..."
E aqui, põe-se-nos a primeira questão : Estamos conscientes de que fomos chamados? Qual a vocação a que Deus nos chamou? Como a estamos a viver? Como correspondemos a essa vocação, qualquer que ela seja?
E S. Paulo tinha acrescentado ..." suportando-vos com amor, procurando conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz"
E agora outra pergunta , igualmente oportuna : Como trabalhamos para a unidade? Onde encontramos o amor, dom do Espírito e contributo para a construção da paz ?
E S. Paulo continua lembrando:" ... é uma só a esperança da vocação com que fostes chamados...Há um só Senhor, uma só Fé , um só baptismo, há um só Deus e Pai de todos"
É  uma forma de consolação, talvez, mas também um incentivo e um "despertador " para as nossas faltas de certezas, as nossas dúvidas, as nossas frustrações.
Mas no fim, Paulo deixa-nos uma certeza: " a cada um de nós foi dada a graça pela medida do dom de Cristo" . E Cristo deu-nos um dom infinito que foi a Sua vida, morte e ressurreição; que é a Sua presença na Eucaristia.
Vale a pena ler, devagarinho, este capítulo da Epístola de S. Paulo aos Efésios.
                         Ir. maria Teresa de carvalho Ribeiro,O.P.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

800 anos depois...

Pensando nos Dominicanos, nos seus conventos, nas suas actividades, na sua fundação, constatei que em 2016 fará 800 anos de existência  a Ordem dos Pregadores - os Frades Dominicanos como vulgarmente são conhecidos.
800 anos... 8 séculos... milhares de frades e freiras espalharam-se pelos cinco continentes, constituíram uma variedade de Províncias, dedicaram-se a difundir a verdade e o bem. Em toda a parte exerceram a sua missão evangelizadora, de pregadores que são.
E há santos e mártires; Bispos e Papas; religiosos e religiosas; frades e Irmãos cooperadores; monjas e fraternidades leigas...
Muitas Universidades foram criadas pelos Dominicanos; em muitas outras são eles professores. Muitos colégios são obra e trabalho de Dominicanos e Dominicanas; em muitas paróquias há a marca do seu trabalho , da sua pregação, da sua vida.
E no entanto, quantas pessoas conhecem realmente a vocação dominicana , a sua origem, a figura e vida do seu fundador? Quantos jovens o procuram seguir?
Quem sabe que S. Domingos  era cónego da catedral de Osma e que foi depois de uma viagem ao norte da Europa, como companheiro do seu Bispo - Diego de Osma , que teve contacto com a heresia de Tártaros e Albigenses e aí começou o seu apostolado?
Quem conhece a preocupação de S. Domingos pela pregação da Verdade e portanto a necessidade de arranjar colaboradores que, com ele, levassem ao mundo a pregação mas também o testemunho de vida?
Quem compreende que um ano após a constituição do 1º convento em Toulouse, S. Domingos tenha enviado os seus Frades, dois a dois, a pregar pela Europa?
Quem sabe que o 1º convento da Ordem Dominicana , em Prouille, se destinou não a Frades mas a um grupo de mulheres convertidas da heresia  e que pretendiam seguir Domingos? Eram monjas e , como as de hoje, não pregavam nem exerciam qualquer forma de apostolado exterior...

Quem alguma vez leu que um dos prémios Nobel da Paz foi entregue em 1958 a um Dominicano belga - Frei Dominique Pire - pela sua liderança do "Europe du coeur au service du monde" associação que ele fundou para ajuda dos que sofriam, depois da 2ª Grande Guerra?
Quem consegue perceber o que são os conventos dominicanos e qual a importância que tiveram e têm nas cidades e na cultura?
Quem, por curiosidade, foi investigar e descobriu que os Jogos Olímpicos tiveram o seu início no sec. XIX num convento dominicano, perto de Grenoble?
Quem já ouviu dizer que os quatro pilares da vida dominicana são a oração, o estudo, a pregação e a vida comum?
Será que hoje se considera difícil ser Dominicano/a?
Talvez seja a hora dos jovens deste tempo procurarem saber as respostas a estas perguntas e compreenderem que Deus continua a chamar hoje, como há 8 séculos, para se fazerem filhos e filhas de S. Domingos.
                     Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Amizade em duplicado

Cada vez me convenço mais que as amizades do tempo de estudante são verdadeiras, constantes, persistentes. Criam-se laços muito fortes que nada consegue quebrar: nem distâncias, afastamento ou modo de vida.
Passam dias, meses, talvez anos... Falamo-nos  apenas de longe em longe.... Vemo-nos "quando Deus quer" mas, nada abala a estima que sentimos, os laços que nos unem. Sabemos que elas estão lá, firmes, disponíveis, prontas a acolher-nos. Temos a certeza que não fomos esquecidas. Tudo como nos anos distantes em que estudávamos juntas, discutíamos matérias, trocávamos apontamentos, naquelas salas inóspitas da velha faculdade.
Mal pensava eu, quando escrevi um texto sobre a Amizade, que ela vinha , fresca e verdadeira, ao meu encontro, como antigamente. Intuição ou saudades? Deus o sabe!
O facto é que me encontrei com duas amigas  de sempre, dos tempos antigos, dos dias de hoje: uma ao telefone ( foram minutos sem fim...); outra em pessoa, numa conversa amena e cheia de recordações.
Que alegria! Que comoção!
Acho que só agora, algumas horas depois, sentada a escrever o que me vai na alma, me consciencializo da realidade do que costumo afirmar: Amizades verdadeiras não se esquecem nem se apagam. São! simplesmente.
Falámos como se tivéssemos estado juntas ontem; recordámos episódios passados; pessoas que conhecemos, que fizeram parte do nosso imaginário; rimos com nomes que não recordávamos... Enfim!...
Um sem número de "ontems " e de "hojes". E, porque nos conhecemos e somos amigas, não precisamos de explicações nem averiguações. Tudo simples. Tudo natural.
 E, não terminou, porque o nosso adeus é simplesmente um até sempre, até à próxima.
E, junto do Pai ,não posso deixar de me ajoelhar e  Lhe agradecer estas e outras Amizades que se têm vindo construindo ao longo dos tempos e que são um reflexo do Amor que Ele tem por cada um de nós. 
                             Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

sábado, 18 de outubro de 2014

Amizade

" Onde estão os meus velhos amigos?
Onde estão? O que é feito de vós?
Tanto tempo passou entre nós..."
Cada vez que oiço esta canção recordo todos aqueles que passaram pela minha vida e a quem tive a felicidade de poder chamar Amigos.
Talvez me achem piegas, mas não faz mal. É que a amizade é um dom que eu cultivo com carinho. Por isso, por que não hei-de dizer que ao recordá-los sinto uma certa saudade, uma vaga nostalgia , uma lembrança alegre e triste de coisa que fizemos juntos, de acontecimentos que vivemos em unísseno, de projectos que construímos em conjunto?...
Alguns destes Amigos já estão no céu , junto do Pai, mas acredito que de lá, apoiam as minhas iniciativas, inspiram os meus "quereres", corrigem as minhas aspirações, ajudam a viver melhor o meu dia-a-dia.
Outros Amigos perdi-lhes o rasto, afastámo-nos e não sei por quê deixámos de nos relacionar. Uma vez ou outra encontramo-nos numa rua de Lisboa e é com alegria e comoção  que nos reconhecemos e abraçamos.
Estamos diferentes, claro! O tempo deixa as suas marcas... Às vezes hesitamos ao esbarrar com uma cara que nos parece conhecida, mas... há sempre um "todo" que nos interpela e que não nos deixa enganar.
Mas ainda há os outros, os Amigos presentes que, mesmo longe estão, para nos acolher, para uma palavra de repreensão ou de esperança, para nos oferecer o seu ombro onde as nossas lágrimas podem correr.
Um Amigo é um bem precioso que é preciso cultivar, compreender, aceitar como é, ajudar a santificar.
Mas não esqueçamos que, entre todos, sobrepondo-se a todos, está aquele Senhor que, presente cada dia e cada hora, do Sacrário nos fala e lá nos espera. É o grande Amigo que nunca se ausenta e que nunca falha quando precisamos . E mesmo quando julgamos que não necessitamos Ele lá está.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014


CANTIGA PARA QUEM SONHA

Tu que tens dez reis de esperança e de amor
grita bem alto que queres viver.
Compra pão e vinho, mas rouba uma flor.
Tudo o que é belo não é de vender
Não vendem ondas do mar
nem brisa ou estrelas, sol ou lua-cheia
Não vendem moças de amar
nem certas janelas em dunas de areia.

Canta, canta como uma ave ou um rio
Dá o teu braço aos que querem sonhar
Quem trouxer mãos livres ou um assobio,
nem é preciso que saiba cantar.

Tu que crês num mundo maior e melhor
grita bem alto que o céu está aqui.
Tu que vês irmãos, só irmãos em redor,
Crê que esse mundo começa por ti.
Traz uma viola, um poema,
um passo de dança, um sonho maduro.
Canta glosando este tema,
Em cada criança há um homem puro.

Canta, canta como uma ave ou um rio
Dá o teu braço aos que querem sonhar
Quem trouxer mãos livres ou um assobio,
nem é preciso que saiba cantar.

Letra de Leonel Neves
Música de João Gomes

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

À conquista da paz

" Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz..."
Talvez seja altura de perguntar : e que paz é essa? Certamente não se trata apenas daquela paz que é antónimo de guerra, que significa ausência de luta, de armas, de mortes. Não é certamente só a paz que o dicionário descreve como tranquilidade pública, final de hostilidades.
E não foi de certeza por essa paz sem armas e ausência de sangue que foi distinguida uma jovem de dezassete anos com o Prémio Nobel da Paz.
A paz que merece cada ano tal distinção é antes uma luta, mas luta pela defesa de valores, de princípios , de direitos.
Malala Yousafzai tem dezassete anos, não usava armas mas lutava por um direito que ela considerava  de todas as jovens do seu sexo e da sua idade - o direito ao conhecimento, aos estudos, à aprendizagem.
Vive longe, num "país de direitos", onde pode realizar as suas aspirações mas continua a bater-se pelas jovens do seu país que não têm as mesmas possibilidades que ela, não podem, como ela, ter acesso ao conhecimento, não podem ir à escola, não podem aprender.
Mas a paz que Jesus nos deixou é ainda mais do que isso, porque é a Sua presença, a Sua graça, a Sua vida.A paz de Jesus Cristo, aquela que Ele veio trazer à terra , é a que emana do amor, da fraternidade, da doação. É a felicidade do Reino Messiânico, a paz de Cristo, a reconciliação com Deus e os Homens.
Paz, é um fruto do Espírito Santo que recebemos no Baptismo e confirmamos pelo sacramento do Crisma.
Paz, é um desejo do nosso coração pelo qual pedimos e lutamos, procurando a tranquilidade interior, a serenidade de espírito, a harmonia das coisas, a concórdia entre os homens.
Saibamos acolher a palavra de Jesus e realizá-la:
"Dou-vos a paz; deixo-vos a minha paz"
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Fátima

                          Nossa Senhora do Rosário de Fátima
Rogai por nós
"Arrependei-vos e baptizai-vos"
           

" Fazei tudo o que Ele vos disser"

domingo, 12 de outubro de 2014

A Ecologia

Fui outro dia assistir a um colóquio sobre Ecologia. Anunciava-se como trazendo à ribalta grandes e novos conhecimentos científicos. Mas em boa verdade, não fiquei a saber muito mais do que aquilo que aprendi durante o meu Curso, com as duas cadeiras obrigatórias: Ecologia animal e Ecologia vegetal.
Qualquer delas tratava da interação entre os seres vivos e o seu ambiente, isto é, faziam o estudo científico das interações que determinam a distribuição dos seres vivos e consequentemente a sua abundância em determinado espaço em que se desenvolvem.
Sem nos apercebermos bem, o meio ambiente afecta os seres vivos, sejam eles animais ou vegetais. E isto, não só pelo espaço que eles necessitam para viver e reproduzir, mas também pelas necessidades inerentes ao seu metabolismo. Mas o inverso também é verdadeiro. Os seres vivos alteram o ambiente, fornecem elementos indispensáveis (oxigénio, por ex.) ou introduzem elementos tóxicos que afectam a saúde e conservação dos ecossistemas.
Relembrei, com este colóquio, que foi Ernst Haeckel que utilizou pela primeira vez o termo Ecologia para definir esta ciência  de relação entre os seres vivos e o meio ambiente. E isto, já em 1869, lembrando a origem grega do termo oikos ( casa) e logos (estudo).
Recordei também como o conceito de competição  se põe aqui, quer seja competição pelo espaço, pelo alimento ou por parceiro para a reprodução. Igualmente a ideia de simbiose, comensalismo ou parasitismo.
Tomei ainda contacto com conhecimentos mais recentes  da aplicação prática da Ecologia, em ordem a melhor gestão dos recursos naturais  ou da Biologia de conservação.
Mas os conceitos mais fora daquilo que eu aprendera  diziam respeito à Ecologia humana. Esta, relaciona o ser humano com o ambiente natural e mostra como o homem tem capacidade de adaptar o meio às suas necessidades e como o consegue fazer.
E agora, perguntamo-nos e perguntam-se os cientistas, afinal, com que Ciência se conecta a Ecologia humana? Várias outras ciências reivindicam a propriedade sobre ela, porque de facto, este tipo de Ecologia é uma Ciência transdisciplinar que é demasiado nova para ter revelado todo o seu potencial.
                   Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

À conquista da sabedoria

" A sabedoria da vida está em se gostar do que se faz" diz quem sabe e tem razão.
Aliás, muitas vezes é fácil e estamos a realizar o que escolhemos e tentamos atingir as metas que previamente definimos. Optámos por determinado curso ou profissão, inserímo-nos no meio com que sonhámos desde sempre, vivemos no local que consideramos o melhor para o nosso bem-estar.
Tudo fácil! tudo tal e qual como idealizámos... tudo de molde a facilitar - nos a vida e a proporcionar-nos a felicidade que ambicionávamos. Tudo sem esforço nem luta.
O pior é quando " a vida nos dá a volta " e são as circunstâncias, os acidentes, os outros, que passam a definir os caminhos pelos quais temos que seguir e que não são, necessariamente, os que tínhamos traçado para o nosso futuro.
Então, qual a tentação frequente? Desanimar, irritar-se, desistir.
Mas nada disso conduz à felicidade que todos e cada um de nós procuramos . Logo, há que descobrir os meios para viver feliz e aqui entra a sabedoria de tirar partido de tudo o que acontece; de encontrar alegria mesmo no meio da tristeza e da irritação; de fazer seus os projectos que lhe são apresentados e que não teria escolhido voluntariamente.
Viver a vida com sabedoria é conseguir encontrar o bom e o bem mesmo no meio das contrariedades, dos contratempos, das incertezas. Então, o necessário é dispormo-nos a gostar daquilo que fazemos e não em querer fazer aquilo de que gostamos.
Será que é fácil? 
Mas, por ventura alguma coisa na vida se apresenta fácil, absolutamente? Mesmo quando gostamos?...
Há sempre pedras no caminho, contrariedades que viram a vida do avesso, que parece que nos fazem subir as escadas ao invés...
 Por isso, diz quem sabe, que " a sabedoria está em gostar do que se faz" , em tirar partido do que a vida nos proporciona, em encontrar alegria no que o dia-a-dia nos concede, em saber dizer: obrigada , Senhor. Em ser o optimista que vê o copo meio cheio e não o pessimista que o acha meio vazio.
                        Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Prémios Nobel

Nos primeiros dias desta semana procedeu-se à entrega de dois dos primeiros Prémios Nobel deste ano, acontecimento sempre muito divulgado porque ansiosamente esperado Primeiro, foi o da Medicina (Fisiologia) e depois o da Física. Qualquer deles foi concedido a um grupo de três cientistas que fizeram descobertas consideradas excepcionais. Aliás, de contrário, não seriam galardoados com esta alta distinção...
Os três físicos japoneses apresentaram um trabalho sobre os LED azuis, fonte de luz alternativa às lâmpadas eléctricas tradicionais pois têm um menor consumo e maior durabilidade. Com este trabalho os cientistas pretendem mostrar a possibilidade de abrir caminho a muitas outras aplicações úteis e importantes.
Mas, para mim, tem outro impacto a descoberta dos cientistas noruegueses, investigadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Trandheim. É que eles identificaram , no cérebro, um conjunto de células que funciona como um GPS do cérebro. Elas permitem-nos localizarmo-nos no espaço ou encontrar o caminho que queremos seguir para nos dirigirmos a um lugar determinado.
Foi um percurso lento o que levou até esta explicação e conhecimento. Começou em 1971 com a descoberta do primeiro componente do sistema de " posicionamento do cérebro", passando em 2005 pela descoberta de outro componente e terminando ( talvez...) agora pela explicação do funcionamento deste conjunto de células localizadas no cortex entorrinal.
Assim vai evoluindo a ciência e dando ao Homem as explicações que o fazem pensar-se senhor da verdade.
Mas, por ventura, consegue o homem explicar o papel de Deus na criação e na presença constante do Seu Amor? Âs  vezes até julga que sim... mas é pura ilusão. E disso é que podemos ter a certeza.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Festa de Nª Srª do Rosário



             Festa de Nossa Senhora do Rosário      
         Ajuda-nos a viver o que dizemos ao rezar o Rosário que pediste para espalhar pelo mundo

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Acontece...

É bem verdade que "nada acontece por acaso"
Hoje, exactamente hoje, quando entrei na capela, em cima do banco ,no meu lugar, uma estampa que tem mais de cinquenta anos e que eu não via há imenso tempo.
 Acaso? Ou chamada de atenção?

domingo, 5 de outubro de 2014

O mistério da Eucaristia

Estou em Lisboa e, como de costume, fui participar na Eucaristia da minha Igreja de estimação - a Basílica da Estrela.
Desde pequena me habituei a esta igreja onde tudo me convida à reflexão, à calma, às lágrimas por vezes.
Entrei! O mesmo silêncio, o mesmo ambiente de interioridade, o mesmo convite à oração.
Ajoelhei-me para me preparar para a Eucaristia e lembrei-me das palavras duma pessoa amiga: "A Eucaristia é um mistério demasiado intenso para poder ser vivido de qualquer maneira."
Se já estava emocionada, pior fiquei.  Como se consegue viver este Mistério grandioso que é Cristo presente connosco e por nós?
Tentei acompanhar cada gesto e cada palavra do sacerdote, muito sereno, muito compenetrado, muito cuidadoso com o mistério que celebrava.
De joelhos , durante a Consagração,olhei aquela hóstia que parecia sair dos dedos do celebrante e vir até nós. Esse pão que é Deus feito Homem, presente sobre o altar,  para que O possamos receber.
"Senhor, eu não sou digna..."
E não sou, não somos. ..
Só Deus, na sua generosidade, pode vir até nós, apesar da nossa fraqueza e da nossa indignidade.
Ele, do fundo do seu amor, olha-nos e convida-nos para que nos abeiremos da Sua mesa e aceitemos o Seu dom.
Comovida, impressionada, sensibilizada, não encontrei palavras para dizer o meu obrigada  e repetir o meu acto de adoração.
Há dias assim!..
 Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Oração

Eu nunca Te direi vezes que bastem,
Obrigado , Senhor, pelas maravilhas que o Teu amor em mim realizou.
Por esta frágil âncora de barro, morada transitória do meu ser,
pelos olhos imensos onde a alma está constantemente debruçada;
pela voz com que sou veludo e pedra, asa de luz ou dissonante grito;
pelas mãos com que lavro pelos dias as leiras onde o sonho se enraíza;
pelos pés que procuram nos caminhos o rumo do Teu Nome e do Teu Rosto;
pelas transparentes lágrimas, os rios em que navego até à Tua Foz;
pelo riso suave, crepitar da Alegria ainda imaculada;
pelo meu coração pingo de Fogo do Teu lume sagrado desprendido;
por todo o invisível que há em mim e pelo que parece sem valor,
eu nunca Te direi vezes que bastem : Obrigado Senhor.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Sempre Ramalhão

Há várias coisas que sempre fizeram parte da vida do Colégio e que sempre considerámos indispensável para a formação cultural, humana e social dos alunos. Entre essas coisas, as festas, as viagens e as actividades artísticas e desportivas, marcam o seu lugar. 
São estas que hoje me vêm ao pensamento até porque me cruzei com um dos professores que mais aprecio.
É que sempre considerámos extraordinárias as exibições de acrobática, a concentração das alunas, a sua elegância, a colaboração de toda a equipa. As suas apresentações, por vezes eram de perder o fôlego, com as mais velhas, muito profissionais, a fazer sobressair o talento das mais novas. Desde que entravam até que saiam sabiam mostrar o ar disciplinado com que os treinos decorriam e a aprendizagem , dura mas linda, com que se preparavam.
Mas não posso também esquecer os campeonatos inter-turmas  de volley, de basket, de football: a excitação anterior ao jogo, o entusiasmo no seu decorrer , a alegria de uns e a tristeza e irritação de outros, no fim. Há sempre quem ganhe e quem perde mas nem todos sabem perder
Recordo a ida para participarem em campeonatos nacionais e o orgulho do regresso com as medalhas ao peito. Nem sempre o conseguiam, mas muitas vezes atingiram o seu grande objectivo.
Também de salientar as exibições de Ballet  Com mais ou menos jeito, melhor ou menos boa forma, a Nilma sabia sempre tirar partido dos dons de cada uma para as pôr em cima do palco, no encanto dos seus fatos brancos de tule, adornados com faixas de cor ou flores garridas.
Mas não esqueçamos também o ténis, o karaté ou a esgrima, a cujos alunos quero prestar a minha merecida homenagem.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.