segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Respostas difíceis

A homilia da Missa de ontem, dum sacerdote nosso amigo deixou-me, e deve deixar a quem a ouviu, uma certa inquietação, porque nos levanta questões muito sérias.
Depois de explanar as ideias do Evangelho de S. Mateus com todo o dramatismo que o mesmo apresenta, uma vez que Jesus fala na perspectiva da Sua morte, é-nos apresentado o convite que Ele nos faz de O seguimos, transportando a nossa cruz. E esta cruz é a luta interior entre as aspirações que se nos impõem e a felicidade que encontramos na obediência  à vontade do Pai. Até aqui, tudo bem, com uma grande interioridade e matéria para reflexão.
Só que a homilia terminou com uma questão que é consequência de tudo o resto mas se sobrepõe a ele: " Afinal por quê ou por quem estamos nós dispostos a perder a vida?"
Grande pergunta e difícil resposta.
Para começar, estamos dispostos a morrer, mesmo que seja só às nossas aspirações imediatas, às nossas satisfações pessoais, aos nossos desejos de alegria e felicidade?
E se estamos, fazêmo-lo por quem? Por nós próprios? Pelos que nos reconhecem valor? Pelos que desejávamos que nos apreciassem?
Ou, em verdade, para remodelar a nossa vida, encontrar o caminho certo, deixar o supérfluo, o que nos pesa, o que nos impede de caminhar ligeiros ao encontro do Pai?
Grande homilia, grande pergunta, que deve  estar sempre presente no nosso espírito e no nosso coração:
" Afinal, por quê  ou por quem estamos nós dispostos a perder a vida?"
               Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.




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