domingo, 21 de setembro de 2014

Martírio - realidade e formas

Ontem a Igreja celebrou a memória dos Mártires da Coreia. Eram muitos mas, curiosamente, apenas um era sacerdote. Os outros , simples fiéis que seguiam a Palavra de Jesus Cristo e por Ele deram a vida.
E mais curioso ainda é que a difusão da Fé na Ásia não  começou por acção dos missionários. Estes, só chegaram depois, Foi pelo interesse pela Verdade dum grupo de intelectuais e pelo entusiasmo do povo que a Fé se difundiu.Estes interessados  encarregaram um jovem Coreano, a viver na China, de se instruír sobre esta Verdade que os intrigava. Ele assim fez, e acabou por se converter , foi Baptizado pelo Bispo de Pequim e veio ser o primeiro apóstolo de Jesus Cristo na Coreia.
Esta memória dos Mártires da Coreia, que são relativamente recentes (sec. XVIII)  e não dos primeiros séculos do Cristianismo, fez-me lembrar uma homilia de há umas semanas e a pergunta que nela era feita: " Afinal por quê ou por quem estamos nós dispostos a dar a vida?"
Estes, deram a vida por Cristo e pela sua Fé e com o seu sangue escreveram as primeiras páginas da História da Igreja na sua terra.
Outros, noutros pontos do mundo , têm dado a vida pelo mesmo Senhor, que os chamou e a quem eles ofereceram todo o seu entusiasmo e a sua dedicação
Todos eles encarnaram as palavras de S. Paulo aos Romanos : " Quem nos pode separar do amor de Cristo?" E por isso, a vitória dos mártires continua a dar frutos na Coreia e em todo o mundo.
Mas Deus não pede a todos nem à maioria para sacrificar assim a vida, como testemunho da sua Fé. Há outras formas de responder ao apelo de Cristo " se queres ser meu discípulo, toma a tua cruz e segue-me" .A nossa cruz, dos pequeninos sims ou das grandes renúncias; da disponibilidade para deixar projectos queridos ou assumir tarefas ingratas...
Outro dia impressionou-me a notícia daquele casal que deixou tudo e partiu para África como voluntário, pôr ao serviço das populações locais o seu saber, o seu trabalho, a sua generosidade.
Não será outra forma de cruz, de martírio, de querer tornar mais suave aquela Cruz mortificante e gloriosa , assumida por Cristo para salvação de todos os homens?
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

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