"Quem espera desespera" diz um velho ditado popular e, realmente muitas vezes parece que é assim .
Desespera o peão que aguarda pelo transporte; desespera o professor que espera colocação; desespera o amigo que anseia por notícias; desespera o aluno ansioso pelas notas; desespera o doente que nunca mais vê a hora de ser chamado para que o médico o atenda ; desesperam empresários e proprietários que não conseguem "dar a volta " à crise. E, pelos vistos, desesperam agora, advogados e afins com um Citius que não quer funcionar...
A espera, sem hora e sem dia, cria angústia, ansiedade, inquietação. Não saber o como nem o quando ou por quê, é motivo para um certo estado de interrogação , de dúvida. E então para quem não gosta de esperar e detesta imprevisíveis...
Mas nem sempre a espera tem que se tornar desespero. Afinal, que ganhamos nós com isso mais do que uma perda inútil de energia, um certo estado de má disposição que habitualmente acaba abatendo-se sobre os que não têm culpa nenhuma?
Podemos preencher a espera com esperança, encher o espaço e o tempo e, simultâneamente ocupar a mente com imaginação, com alegria, com sonhos.
" O sonho comanda a vida " diz o poeta, e podemos sonhar com um futuro pelo qual lutamos, com uma vida cheia que procuramos preencher, momento a momento , dia após dia. Construir uma vida , em plenitude, em correspondência a um plano que aceitámos, vindo de Deus. Um projecto que pressupõe empenhamento, esforço mas também sonho.
Os homens ao longo dos tempos esperaram, mais ou menos pacientemente, a vinda do Messias, o Mestre, o Filho de Deus que, no fim, muitos ainda ignoram.
Mas, S. Pedro chama-nos a atenção para esta situação de espectativa:
"A paciente espera de Jesus é a oportunidade para alcançar a salvação".
Eis a lição!
Logo, nada de desesperos nestas pequenas esperas que a vida nos proporciona ou impõe.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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