Ontem tivémos, aqui no Ramalhão, uma situação que não é insólita mas também não é vulgar.
Foi preciso substituir o quadro da central eléctrica que alimenta toda a casa e por isso não houve electricidade uma grande parte do dia. Faltou a luz, o aquecimento, o fogão, a televisão, os computadores e... claro, pior que tudo, a internet.
Sentíamo-nos no sec. XIX! Mas sem sabermos cozinhar a lenha ou ocuparmo-nos sem TV ou computadores.
O almoço esteve para vir de fora mas acabámos por nos remediar com "a prata da casa", até porque tinha havido uma alma caridosa que, bem cedo, preparára uma sopa e um arroz, que manteve quentes. Juntando fiambre, batatas fritas, pão e fruta, foi um almoço de pic-nic, para variar.
Lavar a louça, com água fria, é que era pior. Mas, "para grandes males, grandes remédios".A louça ficou calmamente esperando pela hora do jantar altura em que tinha sido anunciado já haver electricidade.
E porque não havia TV, ocupámos o tempo a ler, a estudar e a conversar, o que nem sempre é fácil.
E falámos dos tempos em que a comida era feita à lareira, num lume de lenha, que também servia para aquecer as casas e as gentes. E pensámos nas aldeias do interior em que a electricidade ainda não chegou... E nos momentos de catástrofe, quando nada resta senão alguma lenha...
A vida moderna e a nossa dependência actual do carregar num botão faz-nos esquecer tudo o que ficou para trás e como é precário aquilo a que chamamos modernidade, sem o que achamos não poder passar.
São valores ou contra-valores o que a vida moderna nos oferece?
Talvez fosse importante pararmos para reflectir no que se está a passar nos Estados Unidos ou no Reino Unido. Não foi vontade do Homem. Simplesmente as condições ambientais. E as populações a braços com dias e dias de falta de energia...
Agradeçamos ao Pai os dons que nos faculta, mesmo a Ciência e a evolução da História, e aproveitemo-los, com alegria.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
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