Trago ao peito uma cruz sem crucifixo, uma cruz que foi trazida da Irlanda pelas primeiras Irmãs, as que fizeram lá o seu Noviciado.
É uma cruz branca e negra, que uso desde a profissão e nunca chamou a minha atenção, muito embora soubesse desde sempre que nela, o crucificado era eu. Nunca pensei muito nisso, logo não fiz qualquer interpretação mais profunda.
Mas ontem, não sei por quê, vi-a reflectida no vidro da janela e isso, provocou-me uma sensação estranha. Aquelas duas cores... Não são por acaso, não estão ali apenas por serem as cores dos Dominicanos... É que têm ou devem ter outro significado: o branco, alegria do dom feito, das graças recebidas, da felicidade partilhada; o negro, o sacrifício, a dor, a participação na paixão de Cristo.
Branco e negro... as cores da cruz que trago ao peito e que devem traduzir o Sim da minha vida.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
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