sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Celebrações

Estamos a comemorar o Ano do Consagrado.
Ao reflectirmos sobre este acontecimento, somos levados, mesmo sem querer, a pensar na Congregação de que fazemos parte, na Ordem a que pertencemos. É que também elas estão em festa.
Festejando Teresa de Saldanha, o seu sonho, a sua obra, não podemos esquecer o projecto de S. Domingos, assente na pregação, necessidade vital para a Igreja desse tempo.
E para hoje , não? Não, com a mesma premência , a mesma necessidade?
Mas voltando a S. Domingos... ele não era um eremita,  nem um monge. Era um sacerdote, um Cónego Regrante da catedral de Osma.
Talvez por acaso... se é que há acasos... acompanhou o seu Bispo até ao norte da Europa em missão diplomática. No regresso, teve ocasião de contactar com a heresia  que grassava na Europa. Entre os hereges contavam-se os Albigenses.
Domingos tentou trocar ideias com eles , corrigir alguns erros e ultrapassar a ignorância que possuíam.
Também durante a viagem constatou que em muitas cidades europeias os "senhores" e mesmo o alto clero tinham um demasiado amor à comodidade e ao conforto Isto alertou Domingos para o valor da pobreza apostólica.Também o confronto com os hereges lhe mostrou a necessidade de formar profundamente o clero. Na altura, este evidenciava uma grande deficiência cultural e espiritual. Era preciso trabalhar. Mas, ràpidamente, Domingos compreendeu que sozinho não podia ir muito longe na missão a que se propunha. Daí tentar arranjar outros homens que, como ele, estivessem empenhados em espalhar a Verdade, lutar pelo Bem, viver a pobreza.
Assim nasceu o 1º núcleo da futura Ordem, uma ordem não contemplativa, que ensinasse e testemunhasse a Verdade do Evangelho.
Era uma novidade na altura, essa de uma Ordem que saísse da Igreja e viesse para o terreno ao encontro dos homens. Mas os Papas ( Honório III e Inocêncio III )apoiaram e aprovaram a ideia, dando um nome a esses homens: Frades Pregadores.
O 1º grupo era constituído por 16 frades que adoptaram a Regra de Santo Agostinho  como base do seu estatuto de vida.
Mas para eles, Domingos estabeleceu duas outras exigências, em função da missão a que se propunham: o estudo e a oração.
Depois, a estas duas exigências, veio juntar-se mais uma, a vida comum.
Assim se constituíram, desde cedo, os pilares da Vida Dominicana, que permanece há 800 anos.
                Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P. 


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