Hoje, enquanto me arranjava para sair, ouvia na rádio música portuguesa. Temas comuns por demais conhecidos, uns mais modernos do que outros. Dava pouca atenção às letras. Seguia mais a música que me acompanhava no que ia fazendo.
Mas de repente, um clic que me fez parar. Era aquela música do Vitorino ,bem conhecida e cheia de significado "A queda do Império ".
Fala, claro! do império colonial, aquele que tivemos e perdemos ou demos... E por quê? Porque não era nosso , tinha sido conquistado, talvez injustamente , e depois colonizado e desenvolvido "à nossa maneira", sem o devido respeito pelas populações locais.
"Novos ventos", novas ideias, novas aspirações, mudaram o rumo da vida e lá se foi o Império. " A César o que é de César" ?
Continuando a ouvir a música, vieram-me à ideia outros "impérios" que também se foram desmoronando ou que estão sendo lapidados e oferecidos. Impérios familiares, conseguidos com trabalho e esforço que uma qualquer sede de diferença reduz a cinzas.
Impérios regionais, construídos pela persistência de alguns e que o desejo de liberdade de outros vai fazendo reduzir e eliminar.
Impérios, maiores ou menores... olhamo-los e perguntamo-nos como se formaram e porque se desmoronaram.
Os "impérios reais" são ganhos e perdidos, conquistados e oferecidos.
Os "impérios plebeus" são também ganhos e perdidos. As motivações é que são bem diferentes. A ambição ou o desprendimento, a luta ou a desilusão levam a resultados que entusiasmam uns e entristecem outros.
Mas todos nós construímos impérios no nosso coração, no nosso espírito. São impérios de ideias, de desejos, de projectos.
Uns são melhores; outros menos bons.
Analisemo-los. Escolhamos os que correspondem ao plano da nossa vida e não os deixemos desmoronar. Peçamos apoio, ajuda, colaboração... Confiemos n´Aquele que tudo pode.
A queda do Império... foi um facto. A queda de outros impérios podem também ser factos que magoam e fazem sofrer, se não estivermos atentos aos perigos que os assolam.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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