A palavra solidariedade é um termo que nos aparece a toda a hora. Desde o Papa nas suas intervenções à comunicação social, passando pelas obras sociais e a homilia nas paróquias, todos utilizam esta designação para falar da fraternidade e do amor.
Mas esquecemo-nos que solidariedade está intimamente ligada com interdependência, relação que todos nós temos, uns com os outros. De facto damos pouca atenção à colaboração que entre os homens se deve estabelecer e procedemos mesmo com alguma indiferença em relação aos outros, como se de outro mundo se tratasse.
Com a maior das facilidades nos julgamos ilhas, independentes e donos de nós mesmos e das nossas ideias , actividades e desejos. Consideramo-nos "senhores do mundo" pensando que não precisamos de ninguém. Quando muito, admitimos, com alguma condescendência, que os outros precisam de nós.
E esquecemos a lição de Luther King que nos diz que mesmo antes de sair de casa já usámos uma dezena de coisas que outros construíram e prepararam para nós.
Que consciência temos disto? Como vemos o próximo que servimos ou nos serve a nós? Como fazemos para contribuir para uma sociedade que é fruto da acção de todos e de cada um?
Neste mundo complexo e diferente, a acção de cada um é imprescindível Mas o trabalho conjunto de todos é que pode contribuir para um mundo melhor.
Não podemos passar indiferentes ao lado de todos aqueles que nos rodeiam. Não nos podemos considerar ÙNICOS e desconhecer aqueles que estão connosco.
É verdade que nos encontramos num mundo difícil em que as diferenças são cada vez maiores e acentuam e desenvolvem ódios e inimizades, um mundo em que impera o individualismo e fazemos inimigos daqueles que Deus queria Irmãos.
Abramos os nossos corações aos que nos rodeiam, e tentemos descobrir as possibilidades ocultas no fundo de cada pessoa e de cada grupo.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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