quinta-feira, 14 de maio de 2015

Os" ramos "e os pregões de Lisboa...

Olha o raminho da espiga!
Ó freguesa! compre um raminho, que hoje é quinta- feira da espiga...
Ó menina! Olhe que o ramo da espiga dá felicidade...
Eram assim os pregões pelas ruas de Lisboa, no meu tempo de menina.
A pouco e pouco, com maior ou menor insistência, lá iam desaparecendo, dos cestos, os ramos com as espigas de trigo, as papoilas, as hastes de oliveira e os malmequeres floridos.
A quinta feira da Ascensão, no meu tempo de jovem, era até dia santo de guarda. Não era feriado e por isso lá tínhamos que arranjar uma hora para ir à Missa, hora essa que fosse compatível com o resto das obrigações. Enquanto estive no Pedro Nunes, era a Missa da manhã na Estrela; depois, a opção caía na Missa da tarde ou em S. Mamede ou noutra qualquer igreja próxima.
Mas, voltando aos ramos que se apregoavam pelas ruas... o seu simbolismo é de felicidade: as espigas, que são símbolo de pão e de fartura; as papoilas que traduzem alegria; a oliveira que profetiza a paz; os malmequeres, amarelos e brancos, que nos falam do bem e da riqueza.
Acho que actualmente não há estes pregões, pelo menos nas cidades. Talvez até porque a festa da Ascensão do Senhor se comemora agora no domingo seguinte.
Lá fica facilitada a questão da Missa...
Mas na mesma, o simbolismo da alegria. Muito embora os apóstolos, ainda incrédulos e desconcertados tivessem " ficado a olhar para o céu" e Jesus os tivesse repreendido " Homens de pouca Fé...", o facto é que ficou patente a promessa do envio do Espírito Santo.
A missão de Jesus na terra tinha terminado. Aos apóstolos competia agora difundir e proclamar a Sua verdade. Tal e qual como nos compete a nós.
Jesus precisa de nós, de cada um de nós, para continuar a Sua missão. Por isso, nos deu o Espírito Santo no Baptismo, nos renovou os seus dons no sacramento do Crisma e, cada ano se nos apresenta no Domingo de Pentecostes. Não podemos desiludir Jesus.


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