quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Em rodagem...

Estamos a caminho! Vamos percorrendo o tempo que nos separa do Natal.
E ao pensarmos no nascimento de Jesus, recordamos que também Maria e José tiveram que preparar esta chegada, necessitaram procurar um lugar para que Ele nascesse. "Não havia lugar para eles na hospedaria..."
Despojamento... Desprendimento... confiança na divina providência...
E este aspecto situa-nos igualmente naquele momento em que Jesus envia os discípulos " como ovelhas no meio de lobos" mas lhes recomenda que "não levem bolsa, nem alforge, nem sandálias nem dinheiro".
Esta recomendação também nos é dirigida nesta nossa caminhada até ao Natal. É um convite ao desprendimento e à confiança; uma recomendação de que partilhemos com os que não têm; que atendamos à dificuldade dos momentos que vivemos.
Estamos a chegar ao fim desta primeira semana do Advento. Como a vivemos? Que esperava e espera Deus de nós? Como correspondemos?
São perguntas que se impõem e que pedem uma resposta.
Talvez tenhamos planeado situações sofisticadas, sacrifícios exaustivos, partilhas temerárias...
Tudo sonhos que não chegamos a concretizar, desejos grandiosos que não cabem na nossa capacidade de ser generosos... É que levar o Evangelho "à letra" ... partir sem farnel, sem bolsa, sem duas túnicas, é uma dimensão de desprendimento que não é pedida a todos. Mas o que nos é pedido, neste Advento, é que olhemos com amor para os que nos rodeiam, atentos às suas necessidades materiais mas também de carinho, de acolhimento, de compreensão.
Vamos sem farnel e sem alforge porque não nos angustia o "àmanhã". Já há demasiada preocupação e dor no mundo. É preciso espalhar a confiança e a alegria enquanto esperamos a vinda de Jesus.
Junto do presépio, enquanto aguardamos o grande dia, rezemos para que saibamos acolher o dom de Deus e o partilhemos com os outros.
 Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

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