quarta-feira, 11 de março de 2015

Reflexões sobre adultos e crianças

Parece que chegou a Primavera. Estava uma manhã luminosa e cheia de sol
Enquanto a carrinha em que vou se desloca para Lisboa, vou analisando as pessoas que passam, nos outros carros.
Duma maneira geral  vão com um ar fechado, soturno, aborrecido, nada condizente com a alegria do ambiente exterior. Talvez tenham dormido mal... ou pouco... penso eu.
Tento sorrir a cada um que passa  numa tentativa de lhes lembrar  que, mesmo no meio das maiores preocupações ou adversidades há sempre um lugar para a esperança, uma réstia de luz ao fundo do túnel.
Às tantas, num automóvel, uma criança que me diz adeus com a mão. Correspondo e, durante segundos, conversamos, numa conversa muda, feita de sorrisos e de gestos.
Uma criança! A única que parecia condizer com este dia de quase primavera.
Lembrei a advertência de Jesus : "Se não fordes como crianças, não entrareis no reino dos céus..."
Como crianças... com a sua alegria, a sua espontaneidade, a sua natural generosidade...
Por que será que à medida que  crescemos vamos perdendo naturalidade, simplicidade, alegria e... nem sei que mais. Tudo o que nos afasta das crianças?
Vamo-nos deixando envolver pelos problemas, o trabalho, o imediato; permitimos que as preocupações e dificuldades agridam o nosso "eu" ; vamos esquecendo o essencial e o transcendente; deixamos de ter tempo para descer dentro de nós e nos confrontarmos com a imagem do Pai.
E, se calhar, ficamos "velhos" e "azedos" sem querer...
Acho que tenho que pedir : Senhor, devolve-nos o nosso espírito de criança!"
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.

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