A vida muitas vezes surpreende-nos, alterando os nossos projectos, as nossas intenções e até as nossas "margens de segurança". Deixa-nos "sem graça" como dizem os brasileiros; atordoados, dizemos nós.
Outro dia, em casa, desfolhando albuns de família antigos, deparei com as fotografias da formatura dos meus sobrinhos. As dos mais velhos já um pouco desvanecidas; a da mais nova brilhante, porque muito recente. No meio, também a minha, que não sonhava encontrar naquela "galeria de recordações".
E relembrei aquele dia da bênção das pastas com aquelas 8 fitas azuis penduradas : a do sr. Cardeal, dos pais, dos irmãos, da família, do noivo, dos professores, dos colegas , dos amigos...
Por acaso, até só tenho sete porque uma amiga ficou-me com a fita. Mas não faz mal. Os verdadeiros Amigos estão no coração, não é verdade?
E depois... sete não é um número bíblico? As sete pragas do Egipto... os sete pecados mortais... o perdão setenta vezes sete... os sete sacramentos...
Mas, não foi aqui que a Vida me surpreendeu. De alguma maneira era um fim previsível, uma vez que tinha um curso a meio e servia para dar aulas...
As surpresas, os confrontos, vieram depois, nos "sins" e nos "nãos" que foi preciso dar, nas propostas e alterações que me apresentou, nos sonhos que me acalentou e nas realidades em que me projectou. No "hoje" que já foi "ontem".
É de luz e trevas o nosso caminho, de sombras e sol, de alegrias e inquietações.
Mas... para que nos serve a Fé se não acreditamos que "não nos cai um cabelo da cabeça sem que Deus o permita"? Onde está a nossa Esperança se não acalentamos a certeza de que Deus "que alimenta as aves do céu" está presente em cada um dos nossos passos?
É com Fé e Esperança que temos que viver.
O mas... o apesar de... o mesmo que... o talvez... são dúvidas que não podem ter lugar numa vida em que Cristo é o centro.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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