" ... Quando deres do teu pão ao que tem fome e saciares a alma do indigente brilhará a tua luz na escuridão e as trevas serão como o meio-dia " (Is. 58)
Estas palavras de Isaías que acabei de reler com mais atenção fazem-nos reflectir na necessidade da partilha, na disponibilidade, no interesse pelos que nos rodeiam e nos mostram a sua fragilidade e falta de apoio: porque têm fome, porque necessitam de consolo, de companhia; porque a sua casa é na rua e as suas vestes são velhas e poucas; porque estão doentes e os remédios escasseiam...
São os pobres, aqueles para quem Jesus chama a atenção, afirmando que o que lhes fazemos é a Ele que estamos fazendo.
Aliás, S. Mateus no seu Evangelho, ao relatar o discurso de Jesus sobre o juízo final, torna bem patente a recompensa dos que tiveram no próximo a imagem de Jesus mesmo sem o saber.
Se olharmos à nossa volta quanta pobreza detectamos! Quantos a necessitarem da nossa ajuda!Quantos, mesmo silenciosamente, a implorarem a nossa misericórdia!
Mas não são só os que têm fome , que não têm que vestir, que estão doentes ou presos... Há outros "pobres" a solicitarem a nossa atenção: os que anseiam por cultura, que desejam descobrir o Bem, que gostariam que alguém lhes desse a conhecer a Verdade que é Deus.
Há muitos "pobres" de amizade que precisariam de ter um ombro amigo em que reclinassem a cabeça para chorar. Há outros que precisam dum conselho, duma chamada de atenção, duma observação oportuna mas cujos amigos se retraem com medo de serem importunos ou inoportunos...
Partilhar que é Amar não é só de bens materiais. É também de compreensão, de conhecimentos, de descoberta. E por que não um sorriso, uma palavra de carinho, uma advertência?
é estar presente quando...
é ouvir sempre que...
É dizer a palavra certa no momento certo.
E é ter a certeza de que sempre que o fazemos ao mais pequenino é ao Senhor Jesus que o fazemos.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, OP
Sem comentários:
Enviar um comentário