Paz!... é um desejo que parece nascer no coração de todos os homens. Surge em todas as discussões ou encontros como "pano de fundo" digamos assim.
Reza-se pela paz... os países dialogam em torno do processo de paz... assinam-se acordos de paz... Mas, em contrapartida, os noticiários, os jornais, a rádio, a televisão, bombardeiam-nos com notícias de guerra, de lutas, de mortes.
E tudo isso, estas ideias e acções contraditórias quase nos fazem esquecer aquela outra paz, a paz interior, aquela quietude serena que por vezes nos envolve e nos enche de Deus. Às vezes nos sítios e ambientes mais inesperados.
Recordo sempre com emoção a visita que fiz, uma vez, a uma igreja dum convento que me era desconhecido.
A primeira impressão foi desagradável. Quase me senti esmagada pelo peso do cimento envolvente; chocada com a luminosidade que emanava dos bancos de madeira; admirada com o jardim que se podia observar duma janela lateral.
Tudo estranho. Tudo perturbador. Tudo diferente daquilo a que estava habituada.
Sentei-me diante do sacrário, a única coisa que, desde o primeiro instante ,me deslumbrou, me seduziu. Não sei se me sentei para rezar, para apreciar e compreender o que me rodeava ou, ao contrário, abstrair dessa sensação de desconforto que me inquietava.
Mas a verdade é que, ao olhar aquele sacrário me senti bem, descontraída, envolvida por uma paz e serenidade como há muito não sentia. Esqueci tudo o resto e só agradeci aquela alegria interior que me invadiu.
Já lá vão dois anos mas lembro-me como se fosse hoje e gostava de me sentir como naquele dia, naquela igreja , naquele banco em que parecia ser apenas Deus e eu..
Não sei se rezei, não me lembro se disse alguma coisa àquele Senhor que parecia olhar-me... Mas do que tenho a certeza é que a Paz, aquela que Jesus nos prometeu,me encheu o coração.
E também tenho a certeza que essa paz não fui eu que a pedi; foi Deus que ma ofereceu e eu a aceitei.
Procuremos abrir o coração a esta paz que é dom, é oferta.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
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