quinta-feira, 9 de abril de 2015

Auto-avaliação

IC19 -"estrada" Lisboa-Sintra. Oito horas da manhã.Três filas de carros a passo lento seguem ao ritmo do pára-arranca.
Nada de especial. Rostos mais ou menos enfastiados o que também é natural. Uma viagem de 30m em condições normais, a esta hora, leva o dobro do tempo. Pelo menos...
De onde em onde, abre-se uma janela dum qualquer carro e uma "beata" cai no cinzento da estrada.
Olho pela minha janela... Talvez para descobrir o dono da "beata". Mas não consigo. Em contra partida vejo um senhor que aproveita o tempo para ler as últimas notícias, enquanto movimenta o volante do automóvel. Noutro, uma jovem retoca a pintura dos olhos e penteia os longos cabelos.
Várias maneiras de aproveitar este tempo ...
Eu, continuo observando. De repente um grande cartaz me chama a atenção. Nele, uma meia-frase provocatória : "Ser professor é..."
Aqui há uns anos eu seria capaz de completar esta frase com todo o meu entusiasmo. Diria que era uma vocação, uma opção de vida, um desejo de ser útil, transmitindo conhecimentos e vida.
Mas ontem , falando com um grupo de professores no activo, senti uma sensação estranha, como se tivesse levado uma pancada na cabeça. É que depreendi que eles pensavam que ser professor hoje é como pôr-se ao serviço "duma causa quase perdida".
Desilusão. Mas não quero acreditar. Afinal, não sabíamos já que escolher esta profissão era fazer uma opção difícil, em que se tem que fazer tudo sem esperar recompensa?!...
Continuemos a confiar e a dar o nosso melhor, junto dos nossos alunos, porque "podemos tudo n´Aquele que nos conforta".
                        Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

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