É raro o dia em que a rádio ou os jornais não nos chamem a atenção para um dia especial ou para alguém que passou esquecido no tempo. Por isso, não é de estranhar que a rádio, o mês passado, tenha anunciado, com ênfase, o "dia internacional do beijo".
Comecei por achar estranho mas depois pensei: há tantos dias especiais, que é só mais um.
E fiquei a raciocinar sobre os inúmeros sentidos que podemos dar a um beijo. Habitualmente, dar um beijo significa um gesto de amizade, de carinho, de amor. Qualquer coisa que explicita o que se sente e se quer transmitir. Às vezes quer simplesmente marcar uma presença e dar força a quem dela precisa.
Mas, de repente, pensamos naquela passagem do Evangelho que narra o encontro de Judas com Jesus. E a nossa imaginação constrói a cena desse beijo que foi o sinal da traição que levou o Mestre até Pilatos e à Sua posterior condenação e morte.
Claro que o dia internacional não quer salientar estes beijos que traduzem fingimento e traição... só que não os podemos afastar e esquecer. Mas podemos lembrar outros beijos bem diferentes. Por exemplo os que Teresa de Calcutá dava a cada enfermo, a cada moribundo que encontrava no seu caminho...
Neste Ano da Misericórdia, que os nossos beijos traduzam a nossa ternura , a nossa amizade e a nossa compreensão para todos os que precisam delas.
Irmã Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.
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