Ao ler ou escrever este verbo lembro-me sempre do "Cântico negro" de José Régio.
São muitos os convites, muitas as solicitações, muitas as hipóteses apresentadas. E o maior convite é mesmo o que Deus nos faz.
O Evangelho dum destes domingos falava deste convite, do seguimento de Cristo: " Quem quer ser meu discípulo..."
E não se referia apenas a pegar na cruz de cada dia. Era talvez exigente em aspectos concretos : " deixa que os mortos enterrem os seus mortos..." " Quem põe a mão no arado e olha para trás..."
Talvez não possamos atender a tudo isto de uma maneira absoluta. Há que contar com as nossas fragilidades, tentações e liberdade. E depois, há sempre uma interpretação mais abrangente...
Mas o que não podemos esquecer é que Deus tem que estar antes e acima de tudo o mais. Se O pomos como centro e cúpula das nossas vidas, então o "olhar para trás" é um pormenor; o querer ir despedir-se da família ou enterrar os seus mortos" são as fraquezas a que nos prendemos, mesmo involuntariamente, as solicitações que deixamos que sejam mais fortes que o nosso querer.
Deus fez-nos um apelo, antes de tudo à santidade
Deus fez-nos um apelo, antes de tudo à santidade
Paremos para pensar o que , em cada dia, nos prende, nos solicita, nos leva a "olhar para trás", nos impede de seguir o Pai.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.