Está a começar o Outono e já se faz anunciar: tempo um pouco mais fresco, sol encoberto, uns pingos de chuva agora e depois...
É uma estação que eu aprecio. Já não há o calor incomodativo do Verão mas também ainda não chegou o rigor do Inverno. Podemos chamar-lhe uma "estação intermédia". Não é que eu aprecie situações intermédias, mas em relação ao Outono é deferente. Sobretudo as tardes , cheias de encanto e nostalgia, criam um clima de reflexão bem agradável.
Recordo os Outonos da minha infância e adolescência. Quando vínhamos das aulas e ao atravessar o Jardim da Estrela sentíamos o som magoado das folhas secas que pisávamos.
Às vezes fazíamos concursos a ver quem conseguia passar pisando menos folhas. Não queríamos que elas chorassem.
Imaginação fértil e sensível de crianças...
São recordações alegres e tristes doutros tempos . Lembranças de situações e épocas em que as preocupações eram outras mas no nosso coração de jovens já havia a preocupação pelo encanto da Natureza.
O Outono vai-se anunciando. O velho plátano do pátio principal vai-se despindo, lentamente da sua folhagem.
Ainda há poucas folhas no chão mas muito em breve constituirão uma camada que também chorará sob os nossos pés. Todos os dias olho pela janela e vejo o avanço que o Outono vai fazendo. Mas olho e penso que nesta sucessão dos tempos há sempre razões para dar graças a Deus. Saibamos encontrá-las e louvar ao Senhor da Terra e dos céus.
Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.
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