Nossa Senhora tinha vindo ao Ramalhão. Tinha estado connosco. As Irmãs e o Colégio inteiro a tinham cumprimentado e rezado com ela. Feitas as despedidas, dito o último adeus com lenços brancos a acenar... o pátio foi-se despejando lentamente. Nossa Senhora desceu a rampa acompanhada por Irmãs e alunos. Foi...para outras paragens .
Mas a comoção ficou.
Lentamente voltei ao pátio principal, cumprimentando antigas alunas, pais de alunos, pessoas conhecidas.
Eis quando uma senhora se aproxima de mim e me pergunta : "Aqui na capela não há confissões?"
Expliquei-lhe que não era uma paróquia, que as Irmãs tinham um confessor que vinha regularmente mas não estava em permanência, que o capelão confessaria se lhe pedisse, antes da Missa.
A senhora aproveitou para se lamentar da indisponibilidade dos sacerdotes e da maneira leviana como tanta gente encara a confissão. " Como queremos ser santos se desperdiçamos esta graça?..."
Depois dela ir embora fiquei a pensar na cara que muitos jovens fazem quando lhes falamos da confissão: "Confessar? Hum!... Para quê?" e muitos acrescentam: " Eu rezo a confissão na Missa e o padre perdoa..."
Não sei se por detrás disto tudo está simples ignorância ou antes um conjunto de pequenas - grandes coisas que nos incomodam e temos vergonha de confiar a outro.
Esquecemo-nos que esse outro está ali no lugar de Jesus Cristo e que com o seu perdão nos dá a graça do Pai. Acho que todos os que engelham o nariz, ao ouvir a palavra confissão, deviam experimentar porque então veriam que inquietações, dores e dúvidas teriam uma outra dimensão.
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.