Acabei de chegar duma visita ao Senhor da nossa casa. E não sei porquê tive uma experiência nova e motivadora nesta nossa capela, igual todos os dias.
Ao fundo aquela cruz enorme, impressionante porque bem explícita do que foi a morte de Cristo. Depois, por baixo, aquele sacrário, pequenino, que convida ao exercício da nossa Fé: ali está, bem vivo, aquele Jesus que se nos ofereceu num dia de Quinta feira Santa e repete o facto a cada Eucaristia.
À frente, os símbolos queridos aos Dominicanos: Nosso pai e Nossa Senhora do Rosário. Tudo igual, nada de novo.
Novidade, apenas aquele silêncio envolvente, aquela nudez humana, aquela tranquilidade que convidava à permanência. É que na capela, perecia que apenas eu e Deus estávamos. Acho que, como Claudel, "não tinha nada para dar nem nada a pedir" Estava simplesmente. Uma cabeça cheia de pensamentos, mais ou menos, inquietantes; um coração repleto de dúvidas e conflitos.
Fiquei olhando aquele sacrário que me convidava a permanecer, em que Alguém acolhia as minhas dificuldades e a minha ausência de ideias e de palavras, em que terminam as nossas dúvidas e angústias.
Fiquei! Olhando simplesmente. Fascinada por aquela luzinha vermelha que atesta a presença do Deus, tantas vezes ausente das nossas vidas. Fiquei! E saí, igual mas bem diferente ...
Ir. M. Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.