terça-feira, 19 de novembro de 2013

Pai Nosso...

Pai nosso...
seja feita a Tua vontade...
Todos os dias rezamos esta oração que o próprio Jesus ensinou aos apóstolos. Todos os dias repetimos  as mesmas  palavras, os mesmos  pedidos... Mas  esta dicotomia  entre a  vontade  de Deus e a nossa vontade é, muitas vezes, a nossa realidade de vida. Sobretudo, não  pensamos no que significou para Jesus fazer a vontade do Pai que o enviara. Às vezes, é preciso um abanão,  na hora certa, para nos consciencializarmos que Jesus homem, descendente de Adão, com  a sua vontade própria, tinha tido que renunciar a ela para aceitar a vontade do Pai; tinha tido que vencer a tentação  e o confronto entre o que era a sua vontade e a vontade d´Aquele que o enviara.
S. João lembra-nos que Jesus desceu do céu não para fazer a Sua vontade mas a do Pai que o tinha enviado.
Pai...que seja feita a Tua vontade...
Todos os dias pedimos isto.Mas, sabemos bem qual é a vontade de Deus a nosso respeito? Procuramos verdadeiramente saber?
Habitualmente desculpamo-nos dizendo que é muito difícil saber, deixando que ela fique disfarçada entre convites vários, entre o que nos seduz e o que significa um apelo.
Mas, na realidade não é assim tão difícil. O que custa, sabemo-lo nós por experiência, é realizar essa vontade, é aceitá-la,  é fazê-la nossa,
Seja feita a Tua vontade, ó Pai... é um pedido, uma solicitação, que implica disponibilidade, dádiva, procura, abertura de coração.
É muito fácil rezar o Pai nosso e esquecermo-nos que devemos traduzir em actos, tudo o que acabámos de dizer. É demasiado fácil esquecer que Deus não prescinde do Homem para a sua salvação; que não abdica de nós para realizar o encontro com a Vontade com que nos solicita.
Procuramos muitas vezes justificarmo-nos dizendo que não sabemos, que nos enganámos, que ainda não encontrámos o caminho certo...
Mas Deus, que está sempre presente, envia-nos os seus sinais.
Pede-nos é que estejamos despertos e atentos porque Ele não se enganou ao delinear o nosso caminho.
Talvez seja altura de nos perguntarmos como vivemos a vontade de Deus. E porque não? Se vivemos a d´Ele ou a nossa.
Que seja com verdade que dizemos: Pai nosso...seja feita a Vossa Vontade.
                               Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro,O.P.

2 comentários:

  1. Faz falta parar e pensar. Obrigada por mais esta bela mensagem que nos deixa. Beijinhos

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  2. Muitas vezes dizemos as orações como que de uma forma automática, já decorada, e nem sempre prestamos atenção ao seu conteúdo. É um facto.

    Por vezes perguntam-me como consigo lidar com situações mais complicadas, e eu respondo sempre "Se assim é, é porque é a vontade de Deus". Deus sabe o que faz e o que hoje nos parece injusto ou mau, mais tarde chegamos à conclusão que afinal havia um motivo para tal acontecer. "Deus escreve direito por linhas tortas".

    O que não quer dizer que o Cristão se conforme com tudo o que acontece de menos bom na vida, mas tem de certa forma um consolo. Por vezes pergunto "Porquê Jesus? Porquê meu Deus?". Tudo tem uma razão.

    "Seja feita a Vossa vontade, assim na terra, como no céu". Tem razão quando diz que é difícil dizer, dado que por vezes queremos as coisas à nossa maneira. Quando peço algo a Deus costumo dizer "Seja feita a Tua vontade Pai e não a minha", mas tenho que admitir que quando peço muito uma coisa custa um bocadinho dizer isto, porque se a pedimos é porque a queremos.

    Eu vivo a minha vida sabendo que Deus me guiará.

    O Senhor é meu pastor, nada me falta (...)
    Embora eu caminhe por um vale tenebroso, nenhum mal temerei, pois estás junto a mim (...).

    Beijinhos

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