quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Ramalhão - o começo


Engraçado como quase sem querer, nos chegam às mãos dados que tornam vida aquilo que foi passado e muita gente desconhece. Ocasionalmente li um comentário dum Dominicano sobre uma carta da Madre Teresa Catarina Lavradio para o Padre Tomás Videira, outro Dominicano. Conheci bem uma e outro e por isso me impressionou esta carta, que o comentador transcreve, carta dum tempo em que eu ainda não pensava em ser Dominicana. Era demasiado pequena...
A carta em causa, falava das perspectivas da compra do Ramalhão para aqui instalar o convento e um Colégio.
Nela, citam-se muitas coisas diferentes mas sobretudo fala-se das "andanças" das Madres , na busca duma casa adequada, das preocupações que tiveram, das dificuldades, de toda a ordem, com que se depararam, dos sonhos que as alimentavam, dos desejos que as mantinham.
Como parece longe tudo isto!... Já lá vão 70 anos!... Certamente a maioria das pessoas que por aqui passou não imagina o que foi necessário de esforço e de persistência para que em 1942/43 o Colégio abrisse as suas portas.
No seguimento desta carta, o comentador transcreve um poema da mesma Madre Teresa Catarina, poema esse sobre o Ramalhão já aberto e a funcionar. E diz como o chocaram os últimos versos que pareciam pronúncio dum futuro que agora é presente: "... e quando te falarem, verás que, de repente
 te custará a crer não estares no Ramalhão "
Claro que o Ramalhão continua a ser a nossa casa, o nosso Colégio; não o vendemos nem o alugámos; continuamos a viver aqui e a marcar aqui a nossa presença e o nosso testemunho Dominicano.
Simplesmente, 70 anos de Projecto Educativo deram lugar a outra linha orientadora, outro projecto, outra maneira de fazer e de viver. É assim a vida..." Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades..."
Há lágrimas nos olhos de muita gente; há revolta no coração de outros tantos; há aceitação nas mentes dos restantes.
Como diria a Madre Fundadora, que o mesmo artigo evoca, "temos que viver na esperança, e continuar esperando, contra toda a esperança".
Esperando... não sei bem o quê. Mas certamente que a alegria, a felicidade e o bem renasçam das cinzas e que aqui se continue a educar crianças e jovens que serão o futuro de Portugal.
                                Ir. Maria Teresa de Carvalho Ribeiro, O.P.


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